Bem antes da popularização do Jiu-Jítsu no Brasil, um estilo de luta era bem popular na região norte. Apesar de não ser necessariamente focada na eficiência, está enraizada nos valores socioculturais daquela região e também do Brasil.
Desse modo, vale salientar que, possivelmente, a Luta Marajoara
surgiu com o próprio caboclo há mais de 300 anos, a partir de suas observações
e necessidades. Na ilha contam uma lenda que o caboclo analisou a atitude do
búfalo, animal que diante da ameaça iminente de sua liderança em relação ao
rebanho, enfrenta o búfalo rival colocando cabeça com cabeça, ficando com as
patas no chão e tentando um derrubar o outro emaranhando seus chifres; o que
cair é o perdedor. A exemplo do que fizeram os orientais criando estilos de
luta baseadas nos movimentos de ataques e defesas dos animais como a serpente,
o leopardo, etc.
Trata-se de
fato de um combate corpo-a-corpo realizado na argila (ou barro) para reduzir o
risco de lesões, no qual o principal objetivo do combate é manter o oponente de
costas no chão.
Segundo o
pedagogo Márcio Vitelli, um estudioso das tradições da região marajoara, as
origens mais prováveis da luta marajoara são:
1 - Tribo
Aruã, extinta pelas lutas e doenças trazidas pelos primeiros colonizadores que
chegaram na região;
2 - Influência de escravos africanos;
3 - Inspirada na luta de búfalos;
4 - Surgiu com os amistosos confrontos entre os vaqueiros ao final de um dia de trabalho.
2 - Influência de escravos africanos;
3 - Inspirada na luta de búfalos;
4 - Surgiu com os amistosos confrontos entre os vaqueiros ao final de um dia de trabalho.
Hoje existem as lutas marajoara tradicional e desportiva. A
tradicional é a praticada nas fazendas da região e a desportiva conta com
organismos que regulamentam a prática, defendem as regras e organizam
campeonatos, mas não existe graduação.
A luta
marajoara, via de regra, acontece sempre nos finais de tarde à beira dos rios,
antecedendo o banho ou quando o caboclo sente-se ameaçado na liderança perante
o grupo ou em relação à sua fêmea. Atualmente é bastante praticada nas
festividades populares dos municípios que compõem o Marajó, como Festividade de
São Sebastião, em Cachoeira do Arari, Aniversário da Cidade de Salvaterra,
Festival do Tamuatá em Santa Cruz do Arari, Festival do Camarão em Muaná,
Aniversário da Cidade de Ponta de Pedras, e em Soure em vários momentos do ano,
como nos jogos de verão, no aniversário da cidade e no Marajó Búfalo Fest.
Por Leandro Paiva, autor
do livro PRONTO PRA GUERRA
Dados e fotos: Mano a Mano
Editoração: Marajó na Mídia
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