quarta-feira, 13 de junho de 2012

ARTESÃO, LUTA PARA AJUDAR RIBEIRINHOS


Foto: Clara d'Arcela
Carioca reúne amigos e monta projeto para ensinar novo ofício às mulheres de vila Recreio do Piriá.
O artesão Ivan Barbosa da Silva trava uma luta constante há 19 anos para ajudar a Vila Recreio do Piriá, distrito do município de Curralinho, no Marajó. O carioca de 50 anos visitou o local pela primeira vez em 1993 em busca de matéria-prima e ficou chocado com as condições em que a população vive. A partir daí, Ivan deu início a uma campanha de arrecadação de alimentos no Rio de Janeiro, entregues aos ribeirinhos. Com a ajuda de uma rádio local e amigos, foram arrecadados cerca de 700 quilos de alimentos.

O artesão entrou em contato com a Rede Globo de Televisão, que abraçou a causa e fez 3 matérias em jornais locais, atraindo mais doações e também a atenção da transportadora Reicon, que cedeu o transporte dos produtos até o Marajó. No primeiro ano de campanha, Ivan trouxe para Vila do Piriá mais de 2 toneladas de alimentos. No ano seguinte, foram 4 e o número de ajudantes e produtos continuou crescendo.

O carioca desenvolveu vários projetos, não só para ceder os alimentos, mas também melhorar a qualidade de vida da comunidade em Curralinho. "Não adianta só dar o peixe, também tem que dar a vara e ensinar a pescar", afirmou Ivan. O carioca firmou uma parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA) e elaborou uma iniciativa para capacitação das mulheres da Vila na produção de geleia a partir dos frutos regionais. Por questões de saúde e saneamento básico, a produção não pôde ser realizada.

Após várias tentativas, o artesão teve a ideia de capacitar as mulheres na técnica do "fuxico", que aproveita restos de tecido para criar e customizar roupas, acessórios e objetos. Os produtos prontos serão levados para o Rio de Janeiro e vendidos em feiras e no comércio. Todo lucro será revertido para a comunidade. "A única coisa que precisamos agora é de ajuda com o transporte dos retalhos de tecidos do Rio para o Pará e dos produtos prontos de volta para o Rio de Janeiro", informou. Campanhas para arrecadação de restos de tecidos já estão em andamento na capital carioca e no Estado do Pará.

Ivan alegou, ainda, que quer expandir o projeto para a população ribeirinha do Rio Canaticu, também em Curralinho. "Com a capacitação, podemos levar o projeto para outras áreas pobres da região, adaptando a produção à realidade do distrito", explicou o artesão.

A situação de Curralinho e a ajuda que Ivan cede já foi tema de matérias no jornal carioca O Globo, TV Liberal, TV Cultura, e outras emissoras de rádio e televisão do Rio de Janeiro. "Não me beneficio de maneira nenhuma com o projeto. Políticos já me procuraram com segundas intenções, esse tipo de ajuda eu não aceito", disse. Para ajudar com alimentos, retalhos de roupas e transporte, basta entrar em contato pelo telefone: (91) 8085-8864 ou pelo e-mail vivamarajo@hotmail.com.

Fonte: AMAZÔNIA

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