Foto:
Clara d'Arcela
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Carioca reúne amigos e monta projeto para ensinar
novo ofício às mulheres de vila Recreio do Piriá.
O artesão Ivan Barbosa da Silva trava uma luta
constante há 19 anos para ajudar a Vila Recreio do Piriá, distrito do município
de Curralinho, no Marajó. O carioca de 50 anos visitou o local pela primeira
vez em 1993 em busca de matéria-prima e ficou chocado com as condições em que a
população vive. A partir daí, Ivan deu início a uma campanha de arrecadação de
alimentos no Rio de Janeiro, entregues aos ribeirinhos. Com a ajuda de uma
rádio local e amigos, foram arrecadados cerca de 700 quilos de alimentos.
O artesão entrou em contato com a Rede Globo de
Televisão, que abraçou a causa e fez 3 matérias em jornais locais, atraindo
mais doações e também a atenção da transportadora Reicon, que cedeu o
transporte dos produtos até o Marajó. No primeiro ano de campanha, Ivan trouxe
para Vila do Piriá mais de 2 toneladas de alimentos. No ano seguinte, foram 4 e
o número de ajudantes e produtos continuou crescendo.
O carioca desenvolveu vários projetos, não só para
ceder os alimentos, mas também melhorar a qualidade de vida da comunidade em
Curralinho. "Não adianta só dar o peixe, também tem que dar a vara e
ensinar a pescar", afirmou Ivan. O carioca firmou uma parceria com a
Universidade Federal do Pará (UFPA) e elaborou uma iniciativa para capacitação
das mulheres da Vila na produção de geleia a partir dos frutos regionais. Por
questões de saúde e saneamento básico, a produção não pôde ser realizada.
Após várias tentativas, o artesão teve a ideia de
capacitar as mulheres na técnica do "fuxico", que aproveita restos de
tecido para criar e customizar roupas, acessórios e objetos. Os produtos
prontos serão levados para o Rio de Janeiro e vendidos em feiras e no comércio.
Todo lucro será revertido para a comunidade. "A única coisa que precisamos
agora é de ajuda com o transporte dos retalhos de tecidos do Rio para o Pará e
dos produtos prontos de volta para o Rio de Janeiro", informou. Campanhas
para arrecadação de restos de tecidos já estão em andamento na capital carioca
e no Estado do Pará.
Ivan alegou, ainda, que quer expandir o projeto
para a população ribeirinha do Rio Canaticu, também em Curralinho. "Com a
capacitação, podemos levar o projeto para outras áreas pobres da região,
adaptando a produção à realidade do distrito", explicou o artesão.
A situação de Curralinho e a ajuda que Ivan cede
já foi tema de matérias no jornal carioca O Globo, TV Liberal, TV Cultura, e
outras emissoras de rádio e televisão do Rio de Janeiro. "Não me beneficio
de maneira nenhuma com o projeto. Políticos já me procuraram com segundas intenções,
esse tipo de ajuda eu não aceito", disse. Para ajudar com alimentos,
retalhos de roupas e transporte, basta entrar em contato pelo telefone: (91)
8085-8864 ou pelo e-mail vivamarajo@hotmail.com.
Fonte: AMAZÔNIA
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